sábado, 1 de setembro de 2012

choices

Like wild flowers left alone by the side of the road, imperfect on the edge E ele acorda. a sensação de dia de inverno amanhecendo, com o orvalho ainda congelado sobre aponta de seu nariz, e tudo mais. ele, sem abrir os olhos passa a mão pela terra úmida com pequenos fragmentos de folhas secas; pelas pálpebras ele sente a luz tremulando vagarosamente, acompanhando o ritmo da canção, ele sente o cheiro de eucalipto e só. Muito tempo havia se passado, ao menos dentro do plano físico, a textura das coisas parecia completamente diferente. ele se levanta. seguindo o som do vento na água ele se dirige a um rio; lá, ele tira os sapatos e coloca os pé na água gelada e passa a divagar sobre tudo o quanto ocorrera e todo o caminho que tinha percorrido. com os pés calejados - mais pelo tempo do que pela própria caminhada- ele sente uma grande alivio ao descansa-los na água que por mais que gelada, conseguiram enfim descansar. Todas as perguntas por muito tempo serviam como borboletas em seu estômago, mas agora, logo agora, depois de certa milha percorrida, não mais diziam nada. O tempo respondera, gradativamente cada uma dessas perguntas. Muito mudou. muito amadureceu, muito se tornou ferida mas que se tornou cicatriz. e de tudo o que importa? essa última pergunta, sim, essa pergunta. para essa pergunta ele tinha uma resposta. Com um grande entusiasmo ele se levantou, molhando as pernas da calça dobradas, olhou para o céu. uma lágrima escorreu de seu rosto e finalmente pode sorrir, tirou então uma pedra de seu bolso, que apesar de pequena estava trazendo grande peso às suas pernas e a atirou no meio do rio. nesse momento não conseguiu se conter, desatou em lágrimas. lágrimas quentes que escorreu pelo seu rosto conduzindo à cada parte do corpo que escorria um calor que ele havia sentido antes. a racionalidade havia ido embora, junto com a pedra. agora ele tinha plena convicção da resposta que procurava. de tudo o que importa? de tudo o que importa é ser feliz é se fazer feliz, mesmo que com limitações. decidido, ele abre os seus olhos e olha acima, ainda deitado ao chão. ele se encontrava ainda deitado ao chão. havia divagado por horas? meses, anos? não importa! agora que havia chegado uma resposta, o que importava era contemplar o que tinha pela frente. o som do ventos nas árvores cumpunha uma bela lição. a primeira imagem que figurava a frete dos seus olhos o encheu de ar estava deitado com a cabeça em uma tronco longo mas logo ao lado, não muito distante, havia outra árvore (ela sempre esteve ali?). suas folhas se encontravam e se tocavam. mesmo que estivesse frio, mesmo que fosse primavera ou outono, com ou sem folhas, elas sempre estavam juntas. mais uma vez ele fecha os olhos, dessa vez sem dormir ou divagar, ele se sente vivo. estende sua mão para o lado e sem pensar ou esperar ele abre os dedos. prontamente uma mão toca a sua, ele vira o rosto para o lado e sabe que ali está quem ele estava procurando. uma última lágrima percorre o seu rosto, sendo interrompida na metade do caminho em seus lábios abertos, agora sorrindo. Lost in the darkness, trying to find your way home, i want to embrace you, and never let you go

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Would you help me to carry the stone??

suavemente ele foi empurrado contra a maré... seu barco, sem respeitar os avisos, entrou novamente no grande redemoinho e foi facilmente tragado, infantilmente tragado.... nascer do sol, pálpebras se abrem, cantar de pássaros, pálpebras se abrem, frio, pálpebras se abrem, visão turva, pálpebras se abrem, mãos úmidas, pálpebras se abrem, sobriedade e pálpebras novamente se abrem...

por mais que tenha sentido ou noltalgiado, bem no interior de sua alma, as perdas ou conquistas não significam mais nada - ou aparentemente - quando se está com um pé na ideia do futuro e o outro também. o que permanece: que bom; o que já se foi: que ótimo; o que estar por vir: espero; mas o que eu me prendo: só lamento - já deveria ter me desvinculado.

Cada conquista passa a ser uma grande vitória quando um por cento do que se esperava do ideal já foi atendido. A proporção do ideal pro que se espera quando se está envolvido sentimentalmente com uma situação é muito díspar da realidade. hoje, com o barco em costa, com tatuagens na pele, ele levanta e grita - para as areias - 'estou livre" e finalmente, independente do almejado, ele de fato o está.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cada grão de areia úmida da praia fria penetrava pelos dedos de seus pés e meio que o puxava de volta à direção oposta (como se o vento que passava pela bata semi-aberta não quase a arrastasse)...

Na noite passada ele finalmente achou em seu guada-roupas uma bata que sempre adorou, - devido às grandes correrias da rotina, acabou a deixando se perder no entulho de roupas limpas e sujas (cicatrizes de uma rotina)- vestiu com o maior entusiasmo possível e esperava ansiosamente por uma ligação cobrando pela sua atrazada presença, pois era assim sinalizado que já era hora de sair...
passou por muitos lugares, estes nem vale a pena descrever pois todos eram uma mistura de fumaça, braza, bebidas e uma grande oscilação entre conversas demasiadamente envolventes e momentos de introspecção (pessoas viravam borrões, cheiros se tornavam apenas irritações aos pulmões; apenas a música parecia um pouco mais alta)

Caminhadas pelo asfalto, gargalhadas no meio da rua (eram de outros ou dele mesmo?).

I'm singing in the rain, just siiinging in the rain, what a GLORIOUSss feeling, I'm happy again....

Em um terraço de paredes brancas, forrado com um telhado de vidro (terraço com cobertura?)ele descançou; deitado em um jeans qualquer, ele desenhava com braza e fumaça no céu planos e pretenções, compôs melodias e músicas completa, na verdade, sinfonias - dessas que quando você ouve, tudo o que deseja é um copo de vinho pela metade, um cigarro na outra mão, e se permitir flutuar.

tam taam... tam tam taaaam taam..

ele sentiu seu corpo mais leve, mais leve, mais leve e os sons de conversa foram cada vez mais diminuindo; apenas sua sinfonia foi sendo ouvida... Atravessou o telhado de vidro, não para ir longe, apenas pousou novamente no meio da rua e começou a passear pelas ruas da cidade que nessa hora já não tinham mais tantos carros assim...

tam taam... tam tam taaaam taam..

quando a última nota terminou de ecoar em sua cabeça, ele abriu os olhos e percebeu o cheiro de água do mar penetrando em cada poro de seu corpo; o dia preguiçosamente estava amanhecendo, e estava bem frio

Com os pés na areia, a calça dobrada até o joelho ele começou a caminhar pela areia. o quebrar das ondas e seu azul fraco e levemente pálido estavam agora na regencia de sua trilha sonora (essa fazia sua sinfonia particular parecer um amontoado de notas vermelhas e complexas parecer uma tentativa ridícula de música)

Ele começou com os olhos a procurar algo ali, algo que ele sabia que estava perdido há pouco tempo mas que ainda estava ápta de ser resgatada...
procurou pela areia úmida, pelas cavernas, nos cantos, cavou, cavou cavou cav...

Numa silhueta discreta e amarelada (quase camuflada) ele viu uma pequena planta no meio de pedras e areia seca.. ela era antes uma semente achada por um acaso qualquer de sua rotina; não sabia o que era, mas mesmo assim ele levou para casa e plantou e regou e cuidou; estava esperando curiosamente para ver o que era. Ele imaginava já o que fosse - de uma circunstância tão interessante, não teria como ser algo simples, (e mesmo que fosse, ela era especial, ele sentia isso).

Uma dor imensa tomou conta dele. ele sabia que ela tinha ido, mesmo antes de mostrar o que realmente era, mesmo antes de poder lhe inspirar talvez uma melhor música, um melhor sonho, um melhor ele...

Mesmo assim, sabendo que não foi sua culpa, ele a levou para casa, a emoldurou em um quadro e pendurou na parede de madeira. Sua importância não diminuiu, meesmo o tempo tendo se esvaído, sua ideia ainda o deixava com um perfeito sorriso por baixo de seus olhos redondos castanhos mergulhados em lágrimas de saudades...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um museu de grandes novidades

E ele prossegue pelo caminho. Resolve sair mais uma vez de sua casa.
O cheiro de sândalo das velhas madeiras do piso da casa se distanciam e ele simplesmente deixa, parte presa ao chão, parte infusas em suas próprias vestes, a essência ir se distanciando.

as folhas ûmidas vão sendo marcadas pelo solado seu calçado apenas em busca de um novo- novo? - caminho, um rumo com o qual possa se guiar.

É mais fácil quando se tem uma trilha dividida em três ou quando não se tem trilha alguma para prosseguir?

Dizem que para quem não apresenta destino algum qualquer destino é o suficiente.

Ele, agora, discorda completamente. Ele sabe que mesmo sem farol algum em vista, que lá no fundo, todo mundo sem destino sabe o que quer, apenas não conseguiu segurança suficiente para lançar âncora em terra firme

domingo, 21 de novembro de 2010

Cicatrizes de luz

Depois de tudo que havia se passado ele resolveu retornar para casa. abre a porta e o cheiro do cômodo fechado por muito tempo quase o empurrou de volta pelo batente entreaberto.Nenhum som ecoava pelo recinto, nem dentro de sua própria cabeça ele conseguia algo concreto - o som da chuva do lado de fora conseguia abafar qualquer propagação sonora.

caminhou pela casa fazendo com que o metal da sola de seu sapato arranhasse o chão de madeira, as vezes pregando. Se dirigiu aos outros cômodos na esperança que nenhum andarilho tivesse se apropriado de seu refúgio durante seu tempo de exploração, e de fato ninguém havia rompido as fechaduras.

Após caminhar pelo território da maneira mais lenta que foi possível, ele retornou ao batente inicial e fechou a porta, jogou a mochila que carregava nas costas no chão e se sentou com as costas apoida na parede, bem ao lado da janela de madeira e vidro; do seu lado uma fraca iluminação que cruzava a janela deixava o aposento com claridade suficiente para ele conseguir enchergar dentro de si.

Barquinhos de papel lançados em enchorradas, histórias cravadas com as próprias mãos nas paredes,canções compostas durante o nascer do sol, o retrato da libélula na parede, suas juras,a chave -pingente- que foi atirado em um telhado qualquer, o suor das despedidas, suas crenças sacramentadas em palavras, seu irmão, o seu trevo prateado e todas as suas outras conquistas se esvairam pelo tempo como fumaça de chaminé lançada ao céu. Apenas os textos marcados em sua pele eram testemunhas de que tudo aquilo era verdade - as vezes, quando ele fechava os olhos, parecia que tudo não passara de ensaios inicíais de uma peça de teatro a ser montada.

A mente se cansa no turbilhão de imagens circulando no teto de madeira.

Olhando para as suas mãos, ele percebe que uma corda prende o seu pulso!. com os olhos mais próximos de seu braço, ele vê ainda mais cordas. Olhando ao resto do corpo ainda mais cordas, por todas as partes, o prendendo. Ele se sente extremamente confortável pois agora ele tem plena certeza que se um se rompe seu peso será sentido pelas outras, a pressão aumentará mas ele não conseguirá cair.
Quanto maior o seu número de dependências mais saudável serão seus próximos capítulos

Depois de acordar desse momento, com o nariz nas páginas morfadas de seu livro ele vê que a chuva se atenuou, apenas poucas gotas caindo nas folas das árvores do lado de fora produzem som. Ele se levanta, vai até a janela e vê, lá longe, um farol.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Um dia o sol vai se pôr para você

Nossos medos geralmente estão atribuídos às imagens que de alguma forma nos trazem dor e funcionam como um mecanismo de auto-defesa impedindo assim que nos se submetamos às situação de outrora: quem já sofreu acidente com chamas provavelmente será capaz de desenvolver uma fobia à elevadas temperaturas e qualquer situação que as envolva. Entretanto, o mais curioso, é que individuos que foram submetidos às mesmas experiências traumáticas podem no final das contas, manifestar - ou não - suas esperadas fobias, com intensidades diferentes. acredito que haja sempre um tempo para toda e qualquer manifestação de eventos na vida; é impossível à qualquer pessoa não apresentar medo em uma sequência pós-traumática, sendo variante apenas a duração disso e é aí onde está ao meu ver a linha entre um evento naturalmente benéfico e outro completamente limitante e de certa forma prejudicial.

Não sou o maior exemplo de bravura mas sei bem do meu potencial para superar as coisas - quem me conhece sabe que já levei um tiro e hoje lido com a situação da forma mais cômica possível. Com o tempo eu fui vendo que esse mecanismo de defesa, se prolongado, pode simplesmente amputar parte de coisas boas que poderiam vir a acontecer e passei a optar pelo encurtamento dessa fase mesmo que na maioria das vezes isso significasse um enorme receio de cair novamente em um abismo que estava simplesmente uivando logo atrás dos meus calcanhares; digo que em todas as vezes apenas boas coisas aconteceram, e até então não me balançei nem caí dentro dele.

Enfim, óbvio que, assim como cada pixel dessa página tem um sentido de estar onde está, esse post tem um propósito.

Tente não perder tempo imaginando como seria sem ter ao menos tentado afinal. Mais vale morrer com uma segunda bala :P do que ficar trancado dentro de casa com medo de qualquer som mais estridente, pois independentemente de você, o tempo passa, as folhas secam, o vento as leva, e mesmo que na próxima estação outras estajam lá verdes novamente, elas serão outras.

domingo, 26 de setembro de 2010

Porta-retrato Parte I

Um som de dedilhados descompassados em cordas - um pouco desafinado - mas quem se importa com a sequência de notas ou com o diapasão quando o que se quer é escrever a prória historia com os dedos passeando pelas cordas. Sentado no carpete Ele deitou seu velho violão sobre suas pernas cruzadas e divagou.